Associação dos Sem Carisma #156
A difícil escolha entre o ruim e o pior
São muitas as coisas que tiram o nosso carisma, o nosso sono, a nossa paz de viver. Das tarefas do trabalho no dia seguinte ao convívio social que não podem ser driblado.
Então hoje propomos um joguinho para vocês: qual dessas duas situações horríveis você "prefere"? Só pode escolher uma, não pode pular. Contem aí. :)
Infectada pelo vírus mãe
Ei, ei, ei, o que está acontecendo aqui? Sim, é isso mesmo, mais uma pra conta! Acabo de constatar que eu peguei mais uma mania da minha mãe: verifico se as portas estão mesmo trancadas todas as noites, mesmo sabendo que estão. É como se eu tivesse sido infectada por um vírus de comportamento materno que eu jurava que nunca pegaria. Tô andando pela casa e penso em algo ruim, faço um "em nome do pai, do filho e do espírito santo" do nada, igualzinho minha mãe, meio cochichando, sabe?
A primeira pista de que algo estava estranho foi quando eu comecei a usar com o Arthur as mesmas expressões que ela usava comigo. E então, lentamente, outras manias começaram a aparecer. Comecei a organizar minha casa da mesma forma que minha mãe organiza a dela. E hoje quando saí do banho usando minha touca de banho, eu me vi no reflexo do espelho e eu não era eu, eu era a minha mãe. Me lembrei de todas as vezes que fui atrapalhar seu banho, me desculpa mãe.
Comecei a preparar refeições da mesma forma que ela prepara, seguindo suas receitas e usando seus ingredientes. E, de repente, percebi que estava fazendo coisas que jamais pensei que faria, como por exemplo uma torta de liquidificador, que pedi a receita na semana passada, segue a foto pra você também fazer:
Bom Apetite!
Autoperturbação
Eu tento ser excessivamente autossuficiente. É irritante. Já me orgulhei muito desse comportamento, mas vocês sabem, anos de terapia depois a gente descobre que tentar resolver todas questões da vida sozinha só atrapalha. É cansativo, desgastante e, acima de tudo, absolutamente desnecessário.
Eu passei o último um mês e meio alimentando uma síndrome da impostora pra um trabalho. Eu me acho completamente incapaz pra tal função e, ao mesmo tempo, sei que sou capaz. Maluquice completa, né? É. Enfim, fiquei um mês ruminando até entender qual era o ponto da minha dúvida, o que exatamente me deixava insegura. Descobri. O que fiz com isso? Nada. “O tempo passou e eu sofri calada”. Até que o Bruno — o Porto, nosso Bruno! Esse santo — veio me pedir (cutucar) atualizações desse projeto que eu prometi e jamais entreguei. Finalmente dividi minha grande dúvida e incerteza e, com um áudio dele, puf, cai o pano.
Juro. Foram um minuto e dez segundos que poderiam ter poupado um mês da minha vida. Desbloqueei. Sentei e em uma tarde fiz o que tava enrolando há quase dois meses. Por que a gente se tortura tanto?
E ainda teve mais nessa semana em que eu venci minha obsessão pela autossuficiência. Tô há meses de saco cheio da parede do meu escritório. Faz um mês que entro no Pinterest quase diariamente tentando ter alguma ideia genial de como pintar e dar uma cara nova pra esse lugar onde passo metade do meu dia. Cansei de sofrer e mandei mensagem pra minha melhor amiga que tá cursando arquitetura. Uma troca de mensagens e, duas horas depois, decidi o que faria na parede. POR QUE, MEU DEUS?
Gente, não é uma conhecida. Uma colega. É minha melhor amiga! A gente se fala o tempo todo. Por que eu não pedi ajuda antes? Que pesadelo é esse a que eu me submeto?
Resolvi escrever porque, enfim, é muito chocante quando isso acontece. Depois eu fico dias pensando “Meu Deus, por que eu demorei tanto pra dividir minha nóia e pedir ajuda? Teria sido tão mais fácil”. Teria mesmo. Mas olha só, a um tempo atrás, eu não falaria jamais. Avançamos pra esse ponto em que eu sofro até encher meu próprio saco e finalmente hablar. Estamos no caminho! Fica a dica aí pra você, sem carismer. Tá sofrendo sozinha com a coisa mais boba e fácil de pedir ajuda do mundo? Acabe com essa angústia hoje. Ufa! Liberte-se, resolva e bom finde!
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Porquê é tão difícil cortar relações com alguém que nos faz tão mal, principalmente quando esse alguém é da nossa família?
Às vezes me pergunto se isso é sadomasoquismo, manter, sustentar e insistir nesse tipo de relação.
Eu sempre parti do princípio de que ninguém é 100% alguma coisa ou não, sabe?
"Ninguém é ruim por inteiro, sempre dá para tirar algo bom dali."
Essa máxima, um tanto quanto equivocada, rs, me confortou por muitos anos para seguir com essa relação familiar e com tantas outras também.
Mas e quando não sobra nada?
Quando não dá para botar algo do lado bom na balança e fazer equilibrar ali? "Ah, pelo menos tem isso aqui de bom, né! Acho que dá para aguentar!"
Quando não sobra nada, dói.
Dói, incomoda e não dá para ignorar a história por trás de tudo, ou a culpa de se distanciar, parar de falar com alguém que está ali, vivo. É esquisito demais.
Também ficava me perguntando sobre isso, e quando essa pessoa for embora de verdade? Eu vou me arrepender? Vou me sentir culpada, mal?
Eu não sei todas essas respostas não, honestamente. Mas o que eu sei é que todo ser humano tem limite, o seu próprio, único limite. E ele deve ser respeitado. E se o outro está invadindo, te ferindo, não dá para seguir.
Falar ajuda muito
Gravamos ontem, e foi ao ar hoje, o Ppkansada comemorativo de 100 episódios que virou, também, uma comemoração de 2 anos. Uma união que surgiu por causa desta newsletter aqui e por causa do incentivo (e ideias) do Bruno e da Camila. Eu sempre pensei que seria legal ter um podcast, mas teria eu alguma coisa para dizer com frequência? Eu achava que não. Fora que meu negócio sempre foi mais texto, já que falando pensava que eu parecia uma iletrada.
Olha só no que deu: dois anos de podcast. De Ppkansada. Dois anos tendo assunto toda semana pra eu, a Bela e a Bertha debatermos com ouvintes. E foi tanta coisa discutida que isso mudou minha percepção da vida, claro. Tem coisas que eu pensava lá no início do podcast que hoje já penso diferente. A Taize que começou esse projeto relatando o fracasso de um relacionamento teve, nesse período, outros relacionamentos, outra forma de se sentir bem consigo mesma, parece que ela deu uma amadurecida – pelo menos eu quero acreditar nisso.
E muito disso se deu por causa do Ppkansada, da gente estar ali, nós três, desabafando sobre os mais diversos assuntos, mas principalmente falando de relacionamentos e o que esperamos deles. De lá pra cá eu percebi que a não monogamia fazia mais sentido pra mim e também aprendi que as minhas expectativas muitas vezes fodiam os meus rolês. Falar sobre o que eu estava passando naqueles momentos me fez enxergar as coisas muito melhor – eu sei, eu sei, terapia.
Então só quero deixar um obrigada aqui: um para o Bruno e a Camila, por terem dado o gás inicial para o Ppkansada acontecer. Para a Bertha e a Bela, minhas amigas cujo encontro semanal online sempre aquece meu coraçãozinho frio. Pro pessoal da Zamunda e a Mari Faria, que estiveram com a gente nessa história . E a quem escuta o PPK, claro, porque sem essas ouvintes maravilhosas a gente não estaria tão feliz comemorando essa marca. Obrigada mesmo. <3
Hora do podcast!
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Teve Batalha de Nóias com Gabriela Medvedovski e a Karine Teles lá no É nóia minha? Tá tudo, viu? Dá o play aí.
No Ppkansada, Bertha Bela e Taize fizeram um Disk DR especial para comemorar os 100 episódios do podcast. Vai lá ouvir!
No Conselhos que você pediu, a Bela responde para a ouvinte se é karma ou não. Se tá curiosa, vem ouvir!
E no Santa Reclamação de Cada Dia, a Taize reclamou de quem reclama de Carnaval. É isso.
Nos vemos no domingo, tá?
O que tem domingo? Tem o lançamento de QUIBE, A FORMIGA CORAJOSA aqui em São Paulo. Vai ser lá na Livraria da Vila da Fradique Coutinho, das 14h30 até às 17h30 — tem até hora pra acabar, viu? Olha aí o que vai ter nesse evento:
Aguardo vocês, viu?
E tenham um lindo fim de semana, beijos mil
Camila, Isabela, Bertha e Taize
Lembretes de encerramento:
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E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.