#16 - Latim em pó, Vai na Fé, playlists personalizadas
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 15 a 21 de maio de 2023 :)
📖Latim em Pó: Sempre tive curiosidade de saber e entender melhor sobre as construções linguísticas, sobre como a língua portuguesa saiu daquele jeito de Portugal e ficou desse jeito tão diferente aqui. Então mergulhei de cabeça no livro Latim em Pó, do Caetano Galindo, que se propõe a ser “um passeio pela formação do nosso português”. De forma geral achei muito bom, alimentou meu lado nerd gramatical demais. Ele traça um caminho linguístico desde antes do latim chegar à península ibérica até os dias de hoje no Brasil.
Gostei do fato de Galindo explicar as coisas numa linguagem simples, na qual quem é leigo em letras pode compreender, até quando ele apresenta conceitos bem complexos de formação e transformação de palavras - aliás, amei descobrir como palavras foram formadas e transformadas, como a palavra saravá, que sofreu interferências de vários idiomas até ficar assim.
Minhas partes favoritas foram as explicações dele sobre as influências e transformações às quais o português foi submetido com os idiomas indígenas e africanos aqui no Brasil. Ele aborda, por exemplo, o fato de palavras afetivas, que remetem a família, infância e carinho, terem origens (de mães) indígenas e africanas, como caçula, cafuné.
Há críticas também. Eu acho que ele poderia ter explicado mais e melhor algumas questões, dado ainda mais exemplos de palavras e construções linguísticas que mudaram. E há quem ache que o autor coloca muito de suas opiniões no texto. Eu particularmente acho que dizer que há um preconceito racial e socioeconômico em relação ao que se considera o português “certo” hoje não é opinião, é fato, mas enfim. O português brasileiro é interessante e rico demais, uma língua extremamente viva. Recomendo muitíssimo.
📺Vai na Fé: Eu trabalho escrevendo sobre novelas há sete anos, eu leio capítulos antes de irem ao ar, sei os nomes de todos os atores e autores, já falei com vários, estudei pra caramba história da teledramaturgia, respiro novelas todos os dias. Ainda assim, eu falo pouquíssimo sobre isso fora do trabalho. Acho que vivo numa bolha socioeconômica e cultural em que as pessoas em algum momento pararam de consumir novela (esse momento em geral é Avenida Brasil).
Porém eu pensei: por que não falar aqui de uma novela que é ótima e que eu acho que super vale a pena? Vai na Fé é a atual novela das sete da Globo, da autora Rosane Svartman (que também fez Totalmente Demais e Bom Sucesso, outras novelas da sete de sucesso dos últimos anos). A protagonista é Sol (Sheron Menezzes), ex-rainha de baile funk que virou evangélica, mas a vida dela vira do avesso após a morte do marido. Ela volta a ser dançarina, do cantor Lui Lorenzo (José Loreto), mas aí entra um grande casos de família em que a filha dela quer fazer teste de DNA pra saber quem é o pai, além de vários outros problemas novelescos do dia a dia.
Há também vários personagens coadjuvantes que entregam humor e emoção em cena. Vai na Fé é uma novela muito contemporânea, muito “woke”, muito consciente de seu papel social e de entretenimento ao mesmo tempo. Aborda questões como violência sexual, abuso, religião, racismo, sexualidade de forma muito natural, sem forçar ou ofender minorias (o que seria o mínimo, mas erros acontecem com mais frequência do que a gente gostaria).
Entendo que ninguém precisa consumir determinado tipo de mídia por qualquer motivo, mas acho que millennials e gen z’s perdem um tanto ao torcerem o nariz pra novelas por acharem que esse tipo de formato não os contempla ou não é suficientemente bom. Vai na Fé é boa, confia.
🎶Playlists personalizadas no Spotify: Dia desses eu fui procurar a playlist No Repeat no Spotify e apareceram uns títulos de playlists que eu nunca tinha visto, feitas especialmente pra mim. Coisas tipo Getting Ready playlist, Sad Pirate playlist, Melancholy Mix playlist. Getting Ready e Melancholy Mix são playlists que eu não fiz, mas poderia ter feito. Mas Sad Pirate??? Não entendi nada, nunca tinha minimamente pensado em unir essas duas palavras numa playlist. Fiquei “que porra é essa?”.
Dei um google em Sad Pirate playlist pra ver se isso já tinha sido divulgado como uma ação do Spotify da qual eu não tinha ficado sabendo ou se alguém mais tinha visto isso. Encontrei respostas no Reddit. De fato, mais gente tinha essa playlist, que é resultado de um esforço do Spotify chamado playlists de nicho. O algoritmo pega as músicas que você costuma ouvir, junta mais algumas que julga parecidas e monta aí algumas playlists com nomes bizarros ou feitas para ocasiões cotidianas (tipo se arrumar, tomar banho).
São 50 playlists para cada usuário. Você pode encontrar as suas na área Feito para Você ou jogando na busca “just for you playlists”. Ainda não entendo por que me deram uma playlist de Rock Gaúcho (que não tem uma música de rock gaúcho de fato, porque nunca ouvi isso), mas já entendi que nada faz muito sentido.
🎧Podcasts sobre histórias de fãs: Adoro ouvir casos de fãs, porque basicamente são histórias de gente louca cometendo maluquices sem fazer mal a ninguém (além deles mesmos, às vezes, de leve). Bom demais e engraçado demais. Nesta semana, coincidentemente ouvi três podcasts que passaram por este tema.
O Estamos Bem?, apresentado pela Bárbara dos Anjos Lima, recebeu Duda Dello Russo (que eu amo do Me Conte uma Fofoca) pra falar sobre vida de fã; Duda conta várias histórias ótimas, e eles também debatem sobre a relação fã/ídolo. No Um Milkshake Chamado Wanda, Samir Duarte contou tudo sobre a estreia da turnê da Beyoncé, e hosts e convidados conversaram sobre shows e turnês em geral, um assunto do qual gosto muito.
E teve também o novo podcast do Chico Felitti, chamado Fã Sem Limites. Uma vez me perguntaram se eu era Chico Felitter kkk, e eu acho que não especificamente (não tankei O Ateliê, não consegui passar do primeiro episódio), mas acompanho o trabalho dele, acho que sai bastante coisa boa. Esse podcast é um exemplo de como é possível fazer um publi legal. Patrocinado por um grande banco, a cada episódio Chico conta histórias de fãs fazendo loucuras para verem seus ídolos. O episódio do fã que acampou na fila do show do Harry Styles é engraçado e fofo ao mesmo tempo.
🎵 Under You, Foo Fighters: Quando vi o anúncio de que Taylow Hawkings havia morrido, eu estava num trem da CPTM numa sexta à noite, voltando do primeiro dia de Lollapalooza. Na hora me deu um frio na barriga. Pensei no estado completamente desolado que Dave Grohl deveria estar, perdendo mais um grande amigo, e pensei que talvez esse fosse o fim da banda que eu mais gostei na minha vida.
Portanto fiquei surpresa quando eles não só começaram a divulgar que voltariam à ativa como também já confirmaram participação em vários festivais (inclusive para o The Town, para o qual não consegui ingresso e tenho interesse, se você souber de alguém que quer vender).
Em abril, a banda revelou também que tem um novo álbum a caminho, chamado But Here We Are, com lançamento previsto para 2 de junho. Fiquei muito feliz por eles terem conseguido retomar as atividades e já fui ouvir. Nos últimos anos eu não tinha gostado tanto dos trabalhos mais recentes do Foo Fighters, mas gostei bem do single que saiu nesta semana, Under You. Letra bem triste com batida pra cima. Aprovadíssimo, e ansiosa pelo comeback deles. Dave Grohl segue sendo a melhor pessoa, o maioral, tudo pra mim ❤️
Conheci o trabalho da norte-americana Lauren Schmidt pelo Instagram. A artista faz pinturas que, segundo ela própria, documentam seus pensamentos, medos, sentimentos e inseguranças. Tem um quê perturbador (acho que são os olhares), mas ainda assim bonito.
Boa semana =)