Esta newsletter já deveria ter sido enviada, esse era o plano, mas levou um tempinho até conseguir colocar a vida em ordem novamente. Sem mais desculpa, aqui estou pra te contar um pouco mais da minha viagem pra Feira do Livro de Bologna.
Todo ilustrador ou autor sonha em conhecer a Feira de Bologna, e não era diferente pra mim. Em 2019, com livros publicados fora do Brasil, decidi que seria importante estar lá no ano seguinte pra fazer mais contatos e abrir novas possibilidades pro meu trabalho. Comprei as passagens, reservei AirBnb e estava finalizando os últimos detalhes da viagem. Quase tudo pronto. Então chegou a pandemia!
Quando a feira voltou a ser realizada de forma presencial, considerei novamente a viagem, porém resolvi esperar até que as atividades estivessem quase normais. O interessante é que, enquanto isso, meu trabalho acabou sendo publicado em mais línguas e ir pra feira se tornou inevitável. Eu queria muito encontrar estes editores, além de conhecer Véronique pessoalmente, minha agente literária que desde 2017 me representa nas feiras.
No dia 03 de março partimos rumo à Bologna, eu e minha esposa. Depois de quase um dia inteiro viajando, encontramos uma cidade antiga, mas cheia de vida e história.
O centro histórico mantém a arquitetura original, marcada por tons de marrom, ruas de pedra, portas gigantescas e pórticos por vários quilômetros. Por ser uma cidade universitária, as ruas são sempre movimentadas e barulhentas.
Feira de Bologna
Chegou o dia da feira. Nos preparamos pra chegar com antecedência, mas no ônibus me dei conta que havia esquecido meu crachá. Sorte que, no meio da multidão chegando para o primeiro dia, mostrar o ticket no celular foi suficiente.
E a primeira pessoa que pude conhecer foi a Véronique, depois de 5 anos de videochamadas e milhões de e-mails.
Foram três dias com muitas reuniões, e, apesar da agenda cheia, foi importante ter tempo de conversar e conhecer alguns dos meus editores e receber um feedback do meu trabalho. Uma das coisas legais foi ver como cada país (e por quê não, cada editora?) recebe e se relaciona com diferentes tipos de histórias e estilo artístico. Talvez você já tenha percebido que, de um livro para outro, gosto de explorar estilos diferentes e não manter sempre uma mesma linha artística. Acho que cada projeto é algo tão intenso, que, para o próximo sinto a necessidade de mudar e experimentar algo novo. Em alguns momentos isso pode ser bom, mas em outros nem tanto. Por isso, ter este retorno dos editores foi algo enriquecedor.
Pense nesta cena: você tendo acesso ao tapete vermelho do Oscar e podendo conversar com todos os artistas e celebridades que é fã. Assim me senti em Bologna. Era muito fácil encontrar meus ídolos nos corredores. Apesar da timidez, é uma oportunidade que não se pode desperdiçar. Criei coragem pra conversar com alguns deles. As fotos não me deixam mentir.
Além disso, tive a incrível oportunidade de participar de outros eventos, como uma exposição da Beatrice Alemagna e um jantar com grandes nomes da literatura promovido pelo Instituto Emília.
Não preciso dizer que voltei de Bologna com uns kilos a mais e a mala cheia de livros! Se você quiser ver um pouco do que eu trouxe, acesse esta live que fiz mostrando tudo:
Na próxima newsletter, que não vai demorar (eu prometo), conto um pouco mais como foi conhecer Londres e a experiência de lançar um livro lá num país com outra língua e costumes diferentes. Até logo!