002. Aproximar a criança da cultura ou aproximar a cultura da criança?
Newsletter exclusiva do grupo de estudos Educação e Formação da Pessoa. Educação para a excelência: como ensinar a criança a superar limites?
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Há uma noção sempre presente nas conversas sobre educação: a noção de limite. E ela frequentemente aparece em tom acusatório. Quantas vezes não ouvimos frases do tipo: “essa criança não tem limites”, ou “esses pais não sabem colocar limites”? Associar falta de educação com falta de limites se tornou quase uma vulgata educacional.
De fato, existe uma estreita relação entre as noções de educação e de limite. Porém, precisamos ir além do senso comum e pensar essa relação de maneira mais complexa e aguçada. É isso o que vamos fazer nesta newsletter, seguindo uma interessante reflexão de Ives de La Taille, professor na cadeira de Psicologia do Desenvolvimento no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
No último texto exclusivo, estabeleci o conceito de educação que servirá de parâmetro para as nossas discussões aqui:
Educar uma criança não consiste em dominar a sua natureza e moldá-la de acordo com expectativas previamente determinadas. Consiste, isso sim, em conduzi-la, gentilmente, para a frente (amadurecimento) e para o alto (excelência); ou seja, para o melhor de si mesma.
A criança bem-educada vai, gradativamente, sendo capaz de manejar conscientemente a sua própria natureza de modo que as boas inclinações se sobressaiam às más inclinações; e que seus melhores talentos sejam desenvolvidos e a levem às suas melhores possibilidades. O caminho da educação é, portanto, o caminho da auto transcendência.
A noção de autotranscendência está vinculada à noção de limite de três maneiras distintas. Segundo Ives de La Taille, para crescer realmente e sair de seu egocentrismo natural, a criança precisa ser capaz de respeitar limites, superar limites e impor limites. A relação entre educação e limite não se resume, portanto, ao sentido restritivo do termo. Hoje falaremos dos limites internos, relacionados ao próprio estado infantil, que a criança precisa gradativamente superar. E falaremos também de como os adultos podem ajudar a criança nesse sentido.
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