# 11 | O dinheiro e a vontade de escrever
O trabalho criativo requer condições de sustento da arte e do artista.
Já rolou aqui:
Na minha onda #10 | Não tentar já é um fracasso.
Na minha onda #9 | A carência cria afetos imaginários
Na minha onda #8 | A ajuda que não ajuda
O sonho de infância só pode ser mantido pelo adulto que sustenta a si próprio.
É a conclusão que chego neste 39 anos de vida terrena completos no final de agosto. A grandinha aqui sabe que a vida não bate à porta, ela arrebenta qualquer entrave que impede a chegada da maturidade. A sobrevivência, as emoções, os desejos, a saúde mental, as contas, as necessidades e nosso inato desejo de crescer não param para realizarmos o sonho de viver um talento artístico.
Onze entre dez pessoas que querem ou executam um trabalho criativo (a conta está correta; foi auditada pelo Instituto galáctico de pesquisa Laura Conrado) sofrem do mal de se dividirem entre o emprego possível e o sonho.
Livro publicado e lido, o sonho do autor.
Cultivar o talento criativo, aprimorá-lo, manter-se bem para criar bem, respeitar o tempo de produção e colocar uma arte no mundo dá trabalho. Muito trabalho. E os tempos atuais ainda pedem produção de conteúdo, manutenção de rede social, atendimento, lidas contratuais, divulgação, contatos, burocracias... E isso não garante que o artista se sustente com sua arte, tendo, por muita vezes, uma outra função que lhe pague as contas.
Não é fácil.
Nunca foi.
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As pessoas me perguntam qual é o meu trabalho. Eu digo que escrevo. “Mas, qual é seu trabalho de verdade?”, insistem. Pô, meu trabalho é escrever porque escrever dá trabalho para c4r4lh0. Anos de estudo, de tempo na frente do computador, de leitura, de treino, de começar de novo, de aumentar meu repertório de palavras, de melhorar minha gramática, de entender de gente e de mundo para colocar uma história no mundo.
Quantas vezes você já achou que artista é vagabundo? Parece ser fácil, parece que quem é criativo não leva a vida a sério e não tem trabalho com o próprio trabalho, afinal, as produções artísticas são para a maioria das pessoas diversão, os produtos que irão consumir no final de semana: filme, show, peça, museu, festival, concerto, livro.
É difícil valorizar (remunerar bem) quem faz diversão?
Como fazer, então, se ainda não somos aqueles que estão no topo da cadeia, estampando capas de revistas, viajando o mundo, ganhando rios de dinheiro, apresentando-se para milhões de pessoas, aparecendo na TV e sendo best sellers?
(Veja bem, eu usei o ainda. Sou otimista por natureza. Acredito nas mudanças, na dinamicidade da vida e nas surpresas que podem nos acontecer.)
Eu recebo dinheiro como autora, especialmente porque sei me empreender e aprendi a ver as oportunidades num mercado sazonal: em certos meses, os livros podem vender muito, noutros, pouco.
Enquanto não me torno riquíssima como os grandes best sellers, aceito a condição de adulta normal, mulher comum que se banca em todos os níveis. Dou aula, palestra, faço leitura crítica, fiz mestrado, já produzi evento com edital, já me autopubliquei… Tudo vai aumentando a renda. E, sim, aceito os jobs da vida de jornalista.
Nem sempre dá pra fazer o que amamos, mas o que nos permite fazer o que amamos.
Cada vez que você compartilha a news, nasce uma estrela no céu. Uma terá o seu nome.
Marolas
Orientei vários autores em diferentes momentos da carreira, seja na escrita ou em criar caminhos para ser escritor. Numa dessas, mentorei um grupo de autoras muito especial, as Magics. Lindas, dedicadas e vívidas. Como fruto da mentoria, elas publicam um livro na Amazon chamado Os medos não fazem sentido a partir de um exercício nosso. Ficou lindo!
Live de lançamento do livro Quando o ano novo chegar
Depois lançamos em conjunto Quando o ano novo chegar. Seis personagens em três histórias, com uma narrativa cheia de reviravoltas, emoção, humor e magia. Sim, magia! No segundo livro das Magics, eu participo com uma personagem pra lá de especial no livro, a cigana Penélope.
Leiam, assistam e se enchem de esperança nos sonhos. Ainda que o sonho de viver de arte demande sacrifícios, estou do lado que sempre vê jeito, saída e alegria. Dá certo, sim! Pode confiar!
7 ondinhas
Vênus voltou à rota natural, agora em Virgem, signo de organização, de planos, de realização. Fica melhor pra dinheiro e amor.
Quando estou afoita e ansiosa, sem conseguir criar direito, uso óleo essencial de laranja em algumas partes do corpo. Acalma, organiza as emoções e tranquiliza. Se não tiver o óleo, chupe a laranja mesmo, nada melhor do que o método natural.
Como diziam os mais velhos, vá pisar na terra. Ansiedade, seja pelo capitalismo nosso de cada dia ou demais razões, pode ser sinal de 1º chacra fraco. Ande descalço e lembre-se de sempre alinhar a coluna para fortalecer este vórtice de força.
Sobre a sereia (às vezes Poseidon) que faz a news:
Hoje tô com preguiça de fazer texto sobre mim! Olhem as demais edições ou cheguem junto no lauraconrado_ no insta.
MUITO OBRIGADA por me ler! Inscreva-se e me ajude a espalhar a Onda!
Muito bom, Laura. As demandas do profissional criativo de hoje me exaurem. Ter que ser boa na atuação e ainda no marketing é desafiador. Escreva mais sobre!
"Nem sempre dá pra fazer o que amamos, mas o que nos permite fazer o que amamos."
Muito bom!