olá, tudo bem?
Dormi mais de oito horas por dia e acordei cansado.
No final de semana, ficar parado é complicado. Ficar deitado é estranho. Não estar no trabalho é esquisito.
Uma venda louca de produtividade que nunca acaba. Na minha mente acontece essa festa regada à música eletrônica e um culto de que devo continuar fazendo algo.
Será que sou workaholic?
Não, calma, isso seria um exagero.
No sábado, só trabalharei um pouquinho. Nossa, são onze da noite. Amanhã eu termino. Mas amanhã é domingo.
Poderia ir à missa. Poderia correr com meu cachorro.
Mas de joelhos, penso que poderia estar terminando de montar uma entrega. Enquanto meu cachorro procura uma árvore para marcar território, fico pensando se deveria colocar verde naquele projeto que estou fazendo.
O problema no fim é não saber descansar.
O que eu faria se tivesse férias do nada? Depois de quase cinco anos sem parar. O que faria se parasse?
Não saber descansar pode ser o novo mal do século XXI?
O que faço quando não faço nada? E por que me sinto mal quando não faço nada?
O taoismo defende a ideia de vazio como algo benéfico ao ser. O momento de quietude e contemplação são o que tornam o ser útil. Isso é o que o taoismo diz.
Um exemplo é o vaso. Sabe, o vaso de flor, como este aqui embaixo:
Um vaso só é um vaso porque está vazio por dentro. Se ele estiver preenchido, não será mais um vaso.
Esse vazio útil, é útil - como acabei de dizer.
No taoismo, podemos encontrar textos falando sobre como é importante o momento de ócio.
Ócio básico, ócio de ficar olhando para o teto. Ócio de colocar um álbum no Spotify, deitar no chão e ficar ouvindo. Quase meditativo.
Temos essa ideia de que precisamos aproveitar todo o nosso tempo. Tempo é dinheiro. Você está perdendo todos os segundos da sua vida, fazendo nada.
Será?
Uma jantinha gostosa com aquela pessoa especial, sem pensar em nada, uma música, uma paz. Você perdeu esse tempo ou ganhou ele?
Quando foi que começamos a focar tanto na ideia de perder tempo?
Lembro que quando era mais novo, ouvia os idosos dizendo que os jovens - adultos - estavam correndo demais.
Cresci ouvindo isso e pedindo aos céus que eu não fosse um adulto que corresse daquele jeito.
No fim, estou nessa mesma corrida de rato que todos nós estamos.
Murilo Gun falou uma vez que o melhor da vida seria, em vez de dizer:
Tá tudo corrido.
Dizer:
Tá tudo devagarinho.
Sei que é até estranho pensar nisso, parece até desconfortável dizer, mas já pensou se um dia tudo está equilibrado e você diz:
Tá tudo paradinho.
Escrevendo isso, senti um leve desconforto. Mas imagina que bacana, é difícil pensar nisso.
Nossa, tudo parado, que isso. Tem que estar em movimento. Foguete não tem ré. Tubarão que para morrer.
Meu cérebro:
Mas e aí? Foco tanto em produzir que no final de semana estarei trabalhando. Quero poder dizer que não tenho nada para fazer no final de semana. Não faz sentido ficar correndo desse jeito.
O vazio existencial, muitas vezes, pode ajudar nisso se olharmos para ele como resultado em vez de problema. E se você chegou no vazio porque realizou coisas demais.
Se o meu final de semana está livre, por que fiz tudo o necessário na semana?
E se eu não preencher o vazio. Se eu deitar no chão e olhar pro teto?
Sem série. Sem filme. Sem livros. Sem desenhar. Só pensar. Meditar. Só existir por aquele momento.
Mas agora que escrevi isso, ficou em minha mente. E se o vazio for o resultado. Ou um pós-resultado.
Como quando você termina uma tarefa e não tem nada para começar. Em vez de caçar algo loucamente, quem sabe, aproveitar aquele momento. Aquele vazio.
Obviamente, eu dependo de tudo o que produzir, só recebo quando entrego. E isso acaba não permitindo que eu desfrute os momentos de vazio como gostaria. Mas será que preciso estar ocupando esses momentos no final de semana?
Ou no final do dia?
E se, em vez de ficar triste com esses momentos, querendo ocupá-los de qualquer forma, eu comemorar que eles chegaram?
No fim, escrevi esse texto num momento de vazio. Já quebrei com o role todo.
olha que legal, nossa, olha só:
→ o youtube tocou essa música enquanto eu escrevia essa nius:
→ e essa aqui tocou depois:
→
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→ voltei a criar um conteúdinho no linkedin
não quero me estender muito. por fim é isso aqui mesmo. em textos rápidos para você não enrolar no trabalho e as quintas, para ver se o crepúsculo faz sentido mesmo.
um vampiro que brilha? sério?
antes de acabar quero deixar algo útil
o dolar está: R$4.87.
Mouranius?
você não entende muita coisa, mas faz sentido. na sua caixa de e-mail às quintas, o famoso crepúsculo da semana. ideias aleatórias como um vampiro que brilha.
— até quinta, um beijo, um queijo e um cheiro.
essa contradição bandida que aaaaaaa
é exatamente isso, disse tudo!