Enxaqueca: alguma coisa a ver com o intestino, com serotoninaɁ
Crise de enxaqueca diretamente vinculada à serotonina, aos óleos insaturados e ao estrogênio.
[Imagem: clinicaboli.ru]
Enxaqueca é relacionada ao intestino. Por isso, enema de café pode ser útil em enxaqueca – em uso eventual e sintomático -, assim como, especialmente a salada de cenoura crua do R. Peat [em uso regular]. No entanto, é crucial pesquisar questão das endotoxinas e da serotonina provenientes do intestino quando o tema é enxaqueca. E a tireoide. E o excesso de estrógenos nos tecidos.
Um intestino com pouco movimento [obstipação], acompanhado de um bioma exuberante e endotoxinas daí decorrentes, pode ser responsável por inflamação e copiosa produção de serotonina. Que, no cérebro, gera uma ação reflexa, manifesta na enxaqueca, disparando vasoconstrição [também vasoconstrição] na região e aquele quadro doloroso típico da enxaqueca.
Em primeiro lugar, a tireoide pode estar suprimida e recuperá-la pode ser o caminho da superação da enxaqueca. Tireoide, T3, na dose certa pode ser bem útil no processo de crise de enxaqueca, com algumas pessoas resolvendo em minutos o problema. Também pode ser uma boa dose de progesterona, que é resolutiva em, por exemplo, traumas cranianos. Também enxaqueca.
Já está bem estabelecido, segundo R. Peat, que serotonina é o mediador inflamatório, relacionado ao intestino, que dispara enxaqueca e dores de cabeça com presença de vasoespasmos. “Serotonina está implicada na patogênese da enxaqueca e [...] é sabido que receptores da serotonina e a enzima que limita a serotonina, a triptofano-hidroxilase [TPH] são regulados por esteroides ovarianos agindo lá no gânglio do trigêmeo” [C]. E as mudanças nos níveis de serotonina no gânglio do trigêmeo podem contribuir para a patogênese da enxaqueca menstrual [C].
Aquele autor, R. Peat, foi pioneiro em estabelecer a conexão entre estrogênio [serotonina] e enxaqueca da forma mais consequente. E, dessa forma, chamou a atenção para a prevalência maior de enxaqueca no sexo feminino. E também miopia. Mulheres sofrem mais de miopia e de enxaqueca, além de epilepsia [I]. O que também tem a ver com os efeitos supressivos [antimetabólicos, antitireoidianos e de desregulação do açúcar] do estrogênio.
“Enxaqueca é 2-3 vezes mais frequente em mulheres que homens e o ataque é comumente relacionado ao ciclo menstrual” [C].
E, nos alimentos, é importante descobrir que alimentos são suficientemente irritantes para disparar um processo de enxaqueca. É um trabalho que cabe ao paciente. Um determinado excipiente ou o próprio ativo químico, por exemplo, riboflavina e ácido fólico podem disparar uma reação enxaquecoide.
É importante descobrir tais gatilhos ou irritantes, muita coisa entra nesssa categoria. E, antes de tudo, avaliar o status nutricional, intestino inflamado e a tireoide.
Mais importante, invariavelmente, é corrigir a tireoide. E sobre a progesterona: uma dose de 100 mg de progesterona, sempre com açúcar, tem potencial para sustar uma enxaqueca – segundo R. Peat que testou nele próprio com reversão da crise em minutos - mas em um homem, é uma dose muito forte, que pode deixá-lo fora de combate, meio prostrado, eventualmente [pelo efeito semi-anestésico da progesterona]. Na mulher, o efeito da progesterona contra a crise de enxaqueca é real, mas não tão fulminante. Ela possui níveis mais altos de estrogênio [o mesmo estrogênio que, intoxicando, pode determinar, primeiro epilepsia e, em outro grau, enxaqueca].
Os óleos insaturados, por sua vez, são agentes que constroem e disparam crises de enxaqueca.
Uma experiência com pacientes de enxaqueca [D] em crise, mostrou que o mais ativo deles foi o ácido linoleico [ômega 6] com massiva liberação de serotonina das plaquetas durante o ataque de enxaqueca. E o ômega funcionou como fonte do aumento da síntese de prostaglandina E1, justamente a substância inflamatória que possui poderoso efeito vasoativo [D].
Outra pesquisa em humanos com enxaqueca mostrou o mesmo protagonismo nefasto dos óleos insaturados [ômega 6][E]. Deram 20 g de ácido linoleico aos pacientes e o ataque de enxaqueca foi pior, com esse óleo funcionando como liberador de serotonina das plaquetas e fonte maciça da síntese de prostaglandina [PGE1].
Concluíram que “ácido linoleico joga um importante papel no processo bioquímico do ataque de enxaqueca”[E] e que “a ação vasodilatadora daquela molécula inflamatória [prostaglandina E1] pode agravar os sintomas clínicos da enxaqueca” [E]. Vasodilatação de veias e provavelmente gerando consequente dor.
De uso universal nas cozinhas domesticas e restaurantes, os óleos insaturados de sementes são invisíveis para a medicina dominante, mesmo para os profissionais da enxaqueca.
Uma alimentação que se esquiva do açúcar, do leite, de proteína em quantidade suficiente, que adere aos óleos insaturados, tem potencial para ser terreno propício para enxaqueca. E não só para enxaqueca, claro. [Ver sobre os óleos insaturados aqui]
Enquanto isso, a medicina dominante está basicamente perdida e não consegue prometer cura da enxaqueca [não pesquisa a fundo suas causas, essencialmente medica os sintomas]. Ao mesmo tempo em que se socorre de drogas perigosas para paliar sintomas.
A exemplo de prednisona [cortisol], clorpromazina [droga psiquiátrica que, dentre outras coisas, pode dar glaucoma], um mix de sumatroptona [que pode dar problemas cardiovasculares e hepáticos], naproxeno [que pode dar problemas visuais, úlcera, asma, convulsões, neurite óptica, córnea opaca], fluoxetina [que aumenta serotonina] e outros venenos farmacêuticos.
Com tais abordagens tóxicas não apenas não estão alcançando a causa – ou as causas – como estão, pela via da terapêutica, fazendo apenas com que a doença mude de lugar, intoxicando o paciente e lidando com os sintomas.
Quando a medicina não foca no intestino, na tireoide e ainda por cima propõe cortisona ou, pior, drogas psiquiátricas para a enxaqueca, drogas que aumentam o pool de serotonina no cérebro, obviamente parece indicar que não está entendendo nem o básico da doença. Aumentar serotonina [o que fazem as drogas psiquiátricas recaptadoras da serotonina, os ISRS] é tudo que o paciente de enxaqueca não necessita [J]. Ver mais sobre serotonina aqui e aqui.
“O uso de drogas anti-serotonina no alívio do derrame, hipertensão, falência cardíaca, diabetes, depressão, obesidade, artrite reumatoide, lúpus [SLE], fibrose, chiado no peito e enxaqueca sugere a importância da hiper-serotoninemia como causa dessas doenças” [R. Peat]. Até o choque pulmonar já se sabe que está envolvido com serotonina alta [K].
Em resumo, se pode arriscar dizer que o grande debate sobre a enxaqueca ainda não foi feito até o final pela neurologia.
Tanto que ela passa ao largo de medicamentos mais precisos, mais indicados pelo fato de tomarem a serotonina como alvo, a exemplo de drogas anti-serotonina [bloqueadores do receptor de serotonina] - das quais um exemplo, apenas um, pode ser a ciproheptadina - que poderiam ser usados, desde que da forma correta [no caso da ciproheptadina, nunca ultrapassando, por exemplo, a dose de 4 mg por dia e sem excipientes químicos].
E é incontornável, na enxaqueca, o tratamento da tireoide, sendo também possível aquele uso emergencial da progesterona proposto por R. Peat. E do AAS.
Examinemos algumas reflexões de R. Peat sobre a enxaqueca e sua relação com a serotonina em excesso.
“Dores de cabeça tipo enxaqueca estão aumentando de incidência. Por volta do final dos 1950, era amplamente aceito que dores de cabeça desse tipo e sintomas associados, incluindo náusea e distúrbios visuais eram causados por um excesso de serotonina, e por isso drogas anti-serotonina de vários tipos eram usadas no tratamento. Em um dos primeiros estudos do uso de LSD em psicoterapia, alguns dos pacientes observaram que suas dores de cabeça crônicas eram detidas. Dor de cabeça em cluster também respondiam bem ao LSD e drogas similares [Sewell et. al 2006]”[R. Peat].
Excesso de serotonina e de estrogênio tem tudo a ver com a fisiopatologia da doença.
“Mulheres sofrem de enxaqueca mais do que homens, e crises tendem a ocorrer em associação com a ovulação ou a menstruação. Estrogênio inibe a monoaminooxidase, MAO, especialmente sua forma A que é justamente a mais ativa em detoxificar o excesso de serotonina, e aumenta as enzimas que controlam a taxa de síntese da serotonina. Durante o excesso de serotonina, as veias e capilares da pia mater são intumescidas com sangue, ao passo que a circulação cerebral é geralmente inibida. Sintomas visuais são provavelmente produzidos pela constrição das arteríolas, enquanto que a dor está associada com veias intumescidas. Progesterona ativa a MAO A, e possui outros efeitos anti-serotonina nos vasos sanguíneos e nervos” [R. Peat].
Invariavelmente haverá estrogênio alto, nos tecidos. Estrogênio também aciona serotonina, além do intestino poder ser a sua fonte.
“Existem interessantes associações entre ´fibras´ vegetais e estrógenos. Por conta da minha própria experiência em descobrir que consumir uma cenoura crua diariamente prevenia minhas crises de enxaqueca, comecei a suspeitar que a fibra de cenoura estaria tendo um papel protetor do intestino e um efeito anti-estrogênio.
Várias mulheres que sofriam de síndrome pré-menstrual, incluindo enxaqueca, tiveram seu estrogênio sérico medido antes e depois da ´dieta da cenoura´, e descobriu-se que a cenoura baixou seu estrogênio em poucos dias, à medida em que aliviava seus sintomas” [R. Peat].
Em tentativa de síntese, se pode imaginar, apenas imaginar, a revolução que seria o tratamento da enxaqueca à medida que a medicina se apropriasse de todo o conhecimento inclusive já existente sobre a gênese da enxaqueca e não apenas de parte dele.
Quem não lembra daquele personagem do romance que argumentou que ele não estava mentindo, e que apenas não tinha apresentado toda a verdadeɁ
Pois é, o que dizer da medicina oficial quando ela não vai à raiz do problema, não encara todos os fatos científicos em torno da enxaqueca, e apenas se ocupa de parte deles, não por acaso a parte mais lucrativa para a Big PharmaɁ
[Ver nota, em breve, aqui, sobre enxaqueca e estômago]
GM Fontes, Brasília, 29-3-24
As informações aqui presentes não pretendem servir para uso diagnóstico, prescrição médica, tratamento, prevenção ou mitigação de qualquer doença humana. Não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Trata-se de informações com fins estritamente educativos. Nenhuma das notas aqui presentes, neste blog, conseguirá atingir o contexto específico do paciente singular, nem doses, modo de usar etc. Este trabalho compete ao paciente com seu médico. Isso significa que nenhuma dessas notas - necessariamente parciais - substitui essa relação.
Referências _______________
[A] PRUSINSKI A KLIMEK A, 1975. Antiserotonin agents in the treatment of migraine. Pol J Pharmacol Pharm. 1975 Oct;27(Suppl):189-93. PMID: 1107969 “The authors present the results of own investigations about the use of both pizotifen (SandomigranR) and cyproheptadine (PeritolR). 32 sufferers were treated with pizotifen and showed positive improvement in 68% of the cases. In this group no serious side effects were found. 20 patients before administration of the drug had placebo and this helped to establish the results statistically. 25 sufferers were treated with cyproheptadine and equally positive results in 64% of the cases. In this group were noted infrequent side effects. The results of the two tests were compared with the results of other tests done with other drug. From this it has been established that the antiserotonin drugs are the most effective at present in the treatment of migraine”.
[B] Cyproheptadine is a type of antihistamine. It’s used to treat allergic reactions like allergic rhinitis and hives. In some instances, cyproheptadine may be used off-label to prevent migraine. Off-label means that a drug is being used for a purpose that differs from what the Food and Drug Administration (FDA) has approved it for. Serotonin is a type of neurotransmitter that helps to facilitate communication between nerve cells. Changes in serotonin levels can lead to migraine attacks. Cyproheptadine is both an histamine and a serotonin antagonist. That means that it can compete with serotonin for receptor sites in the brain. In this way, it can block the activity of serotonin, helping to prevent a migraine attack. While cyproheptadine hasn’t undergone clinical trials for this purpose, it’s been reported to be effectiveTrusted Source at reducing both the frequency and intensity of migraine attacks in children and adolescentes”. Fonte: https://www.healthline.com/health/migraine/cyproheptadine-migraine#what-it-is
[C] BERMAN N E PURI V CHANDRALA S, 2006. Serotonin in trigeminal ganglia of female rodents: relevance to menstrual migraine. Headache. 2006 Sep;46(8):1230-45.
OBJECTIVES: We examined changes in the serotonin system across the estrous cycle in trigeminal ganglia of female rodents to determine which components are present and which are regulated by the variations in levels of ovarian steroids that occur during the estrous cycle.
BACKGROUND: Migraine is 2-3 times more prevalent in women than in men and attacks are often timed with the menstrual cycle, suggesting a mechanistic link with ovarian steroids. Serotonin has been implicated in the pathogenesis of migraine, and the effectiveness of triptans, selective 5HT-1B/D/F agonists, has provided further support for this concept. It is not known whether serotonin, its rate-limiting enzyme tryptophan hydroxylase (TPH), or its receptors are regulated by ovarian steroids in trigeminal ganglia.
METHODS: We used reverse transcription-polymerase chain reaction to examine gene expression in cycling mice, Western blots to examine protein expression, double-labeling immunohistochemistry using markers of nociceptors and nonnociceptors and confocal microscopy to identify specific types of neurons, and primary tissue culture to examine effects of estrogen on trigeminal neurons in vitro.
RESULTS: In C57/BL6 mice mRNA levels of TPH-1, the rate-limiting enzyme in serotonin synthesis, were over 2-fold higher and protein levels were 1.4-fold higher at proestrus, the high estrogen stage of the cycle than at diestrus, the low estrogen stage. TPH protein also was present in primary trigeminal cultures obtained from female Sprague-Dawley rats, but levels were not affected by 24-hour treatment with physiological levels (10(-9) M) of 17beta-estradiol. Gene expression of 5HT-1B and 5HT-1D receptors in trigeminal ganglia was not regulated by the estrous cycle. Serotonin was present in trigeminal neurons containing CGRP, a potent vasoactive neuropeptide, peripherin, an intermediate filament present in neurons with unmyelinated axons, neurofilament H, which is present in neurons with myelinated axons, and in neurons binding IB4, a marker of nonpeptidergic nociceptors. Serotonin was also present in neurons containing 5HT-1B. The serotonin-positive population was significantly larger in diameter than the serotonin-negative population.
Conclusions.-Expression of the rate-limiting enzyme required for serotonin synthesis is regulated during the natural estrous cycle, and serotonin is present in larger trigeminal neurons of all the major subtypes. Colocalization of serotonin with 5HT-1B suggests that this receptor functions as an autoreceptor to regulate serotonin release. Cyclical changes in serotonin levels in trigeminal ganglia could contribute to the pathogenesis of menstrual migraine”.
[D] ANTHONY M, 1978. Linoleic Acid and Serotonin’s Role in Migraine. Res Clin Stud Headache. 1978;6:110-6. Role of individual free fatty acids in migraine.
“Total plasma free fatty acids, platelet serotonin content and plasma stearic, palmitic, oleic and linoleic acids were estimated in 10 migraine patients before, during and after a migraine attack. Total and individual plasma free fatty acid levels rose and platelet serotonin content fell in most patients. The highest rise was observed in linoleic acid, which is known to be a potent liberator of platelet serotonin in vitro and is the only precursor of all prostaglandins in the body. It is suggested that the rise in plasma levels of linoleic acid in migraine could be responsible for the platelet serotonin release observed during the attack. At the same time, it may also serve as a source of increased prostaglandin E1 synthesis, which has a powerful vasodilating effect. It is realized that both suggestions have to be confirmed by relevant investigations, as outlined in the body of this paper”.
[E] ANTHONY M, 1978. Individual free fatty acids and migraine. Clin Exp Neurol. 1978;15:190-6. “Total plasma free fatty acids (FFAs), platelet serotonin content and plasma stearic, palmitic, oleic and linoleic acids were estimated in 10 migrainous patients before, during and after a migraine attack. Total and individual plasma FFA levels rose and platelet serotonin fell in most patients. Comparison of the pre-headache and headache mean values showed that of the FFAs linoleic acid rises most during headache. 10 non-migrainous controls had platelet serotonin content estimated before and after the ingestion of 20g linoleic acid. All showed a significant fall in platelet serotonin in the post-ingestion period. It is shown that linoleic acid releases platelet serotonin in vitro, and this study suggests that it has the same action in vivo. Further, it is the precursor of all prostaglandins in the body and its marked elevation during migraine may serve as a source of increased prostaglandin E1 (PGE1) synthesis. It is suggested that linoleic acid plays an important role in the biochemical process of the migraine attack, acting both as a serotonin releasing factor and a source of PGF1, the vasodilating action of which can aggravate the clinical symptoms of migraine”.
[F] SEWELL R A HALPERN J H, 2006. Response of cluster headache to psilocybin and LSD. Neurology. 2006 Jun 27;66(12):1920-2.
“The authors interviewed 53 cluster headache patients who had used psilocybin or lysergic acid diethylamide (LSD) to treat their condition. Twenty-two of 26 psilocybin users reported that psilocybin aborted attacks; 25 of 48 psilocybin users and 7 of 8 LSD users reported cluster period termination; 18 of 19 psilocybin users and 4 of 5 LSD users reported remission period extension. Research on the effects of psilocybin and LSD on cluster headache may be warranted”.
[G] Alguns dos trabalhos acima foram inspirados pelo Team FPS – March 22, 2012, que trata do tema enxaqueca e serotonina.
[H] LUCAS C, 2021. Migraine with aura. Rev Neurol (Paris) 2021 Sep;177(7):779-784. doi: 10.1016/j.neurol.2021.07.010. Epub 2021 Aug 9. PMID: 34384631 DOI: 10.1016/j.neurol.2021.07.010 “Around 15% to one-third of migraineurs experience aura. Aura is a fully reversible focal neurological phenomenon involving visual, sensory, speech, and/or motor symptoms that develops gradually and usually precedes the headache phase. The pivotal role of cortical spreading depression (CSD) as a mechanism underlying aura has been widely supported by a large body of studies. The diagnosis is based on the International Headache Classification Disorders III edition criteria. Aura is characterized by gradual development, duration of each symptom no longer than one hour, a mix of positive and negative features, and complete reversibility. Visual aura is the most common type of aura, occurring in over 90% of patients. When aura symptoms are multiple, they usually follow one another in succession, beginning with visual, then sensory, then aphasic; but the reverse and other orders have been noted. The accepted duration for most aura symptoms is one hour, but motor symptoms, which are rare, are often longer lasting. When a patient experiences for the first time a possible aura phase it's sometimes difficult to know if there was gradual or brutal onset of the symptoms. If the patient has no visual aura symptoms or simultaneous neurological symptoms, or presents neurological symptoms corresponding to a cerebral vascular territory, emergency exploration of a possible transient ischemic attack is necessary. Long duration (greater than one hour) of what may or may not be an aura phase, late onset of aura, or a dramatic increase in aura attacks should also be explored. The relative risk of ischemic stroke is significantly increased in migraine with aura. Combined hormonal contraception with estrogens significantly increases the risk of stroke in women with migraine with aura. It is recommended to start non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) or aspirin as soon as possible during the aura phase, not to treat the aura, but to avoid or to diminish the headache phase. In case of failure of NSAIDs or aspirin it is recommended to use a triptan when the headache begins. The prophylactic treatments for migraine with aura are those used in migraine without aura based on very few randomized clinical trials specifically dedicated to migraine with aura.
[I] BRANN D W LUTA Y WANG J, 2022. Brain-Derived Estrogen and Neurological Disorders. Biology (Basel). 2022 Nov 24;11(12):1698. doi: 10.3390/biology11121698. PMID: 36552208 PMCID: PMC9774965 DOI: 10.3390/biology11121698 “Astrocytes and neurons in the male and female brains produce the neurosteroid brain-derived 17β-estradiol (BDE2) from androgen precursors. In this review, we discuss evidence that suggest BDE2 has a role in a number of neurological conditions, such as focal and global cerebral ischemia, traumatic brain injury, excitotoxicity, epilepsy, Alzheimer's disease, and Parkinson's disease. Much of what we have learned about BDE2 in neurological disorders has come from use of aromatase inhibitors and global aromatase knockout mice. Recently, our group developed astrocyte- and neuron-specific aromatase knockout mice, which have helped to clarify the precise functions of astrocyte-derived 17β-estradiol (ADE2) and neuron-derived 17β-estradiol (NDE2) in the brain. The available evidence to date suggests a primarily beneficial role of BDE2 in facilitating neuroprotection, synaptic and cognitive preservation, regulation of reactive astrocyte and microglia activation, and anti-inflammatory effects. Most of these beneficial effects appear to be due to ADE2, which is induced in most neurological disorders, but there is also recent evidence that NDE2 exerts similar beneficial effects. Furthermore, in certain situations, BDE2 may also have deleterious effects, as recent evidence suggests its overproduction in epilepsy contributes to seizure induction. In this review, we examine the current state of this quickly developing topic, as well as possible future studies that may be required to provide continuing growth in the field”.
[J] Até a Wikipedia sabe dos males daquelas drogas que aumentam a serotonina cerebral, os medicamentos psiquiátricos capazes de inibir a receptação da serotonina. “Os inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI) são uma classe de fármacos usados no tratamento de síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos de transtorno de personalidade. Os ISRSs aumentam a concentração extracelular do neurotransmissor serotonina no corpo e no cérebro, sendo o efeito mais importante no cérebro. O grau de selectividade para outros transportadores de monoaminas (como a dopamina ou noradrenalina) é variável, embora a afinidade seja de forma geral desprezível; portanto, os ISRS não aumentam a concentração de outros neurotransmissores, diretamente.
São a primeira classe de fármacos psicotrópicos a serem racionalmente desenhados, e são os antidepressivos mais amplamente prescritos em muitos países.[1]
Farmacologia - Eles bloqueiam os receptores membranares do neurónios pré-sinápticos que recolhem serotonina (ou 5-HT), neurotransmissores do cérebro importantes, do exterior da célula (fenda sináptica) e portanto maximizam a duração da sua acção nos neurónios pós-sinápticos.
Efeitos secundários - [...] Efeitos secundários em pessoas não deprimidas e nas primeiras semanas em deprimidos: Sedação Confusão Perda da coordenação motora precisa
Efeitos adversos: Cansaço Náuseas Falta de apetite = anorexia (não confundir com anorexia nervosa, que subentende uma distorção mental do próprio corpo por parte do indivíduo) Insónias Diminuição da função sexual Mania/Hipomania Possível aumento de hostilidade, violência Se ingeridos com inibidores da MAO pode dar reacção de serotonina, com hipertermia e choque cardiovascular possivelmente fatal”. Wiki.
[K] BAZAREVICH G DEVIATAEV A M 1976. [Role of the biological activity of serotonin in the production of the "shock lung" syndrome] Biull Eksp Biol Med. 1976 Oct;82(10):1181-3. [Article in Russian] PMID: 1029497 “The influence of the serotin biological activity on forming the "shock" lung syndrome was revealed in experiments on rats. Tachyhyperpnea with predominance of functional emphysema and a small number of atelectic tissue areas were observed in the animals with traumatic "shock" during the serotonin hypersecretion. Tachyhypopnea with a significant predominance of atelectiv areas was seen during the serotonin hypoproduction”.
***